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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Que te importa?


Quando você assiste ao concerto de um coral infantil, não se surpreende quando as crianças olham para qualquer lugar menos para o maestro. Elas se mexem, contorcem e cutucam umas as outras. Ficam na ponta dos pés para procurar seus pais na plateia, e levantam suas mãos para acenar quando os veem. Eventualmente cantam. Nós sorrimos das suas excentricidades. Esse comportamento é engraçado em crianças; não é igualmente engraçado quando membros de um coro adulto não observam o maestro. A música de Deus depende dos cantores que prestam atenção no regente, assim eles podem permanecer juntos enquanto cantam.

Os cristãos, às vezes, são como cantores num coral infantil. Em vez de olharem para Jesus, o grande maestro da sinfonia da vida, ocupam-se contorcendo e olhando uns para os outros ou observando a plateia.

Jesus admoestou Pedro por tal comportamento, e lhe disse o que seria exigido dele, Pedro apontou para João e perguntou, “E ele?” Jesus respondeu com uma pergunta: “…que te importa? Quanto a ti, segue-me” (João 21:22).

Às vezes nos distraímos com o que os outros estão fazendo. Pensamos que o plano de Deus para suas vidas é melhor que Seu plano para as nossas. Mas o plano de Deus para cada um de nós é o mesmo: Seguir Jesus. Quando o observamos atentamente, não nos distrairemos pelos planos que Deus tem para outras pessoas.

Solitude

O restaurante El Bulli, que fica duas horas ao norte de Barcelona, é tão famoso que os clientes devem reservar uma mesa com seis meses de antecedência. Contudo o renomado chefe de cozinha espanhol, Ferran Adrià, resolveu fechar as portas do seu premiado restaurante por dois anos, para que ele e seus funcionários pudessem ter tempo para pensar, planejar e inovar. O chefe disse a uma renomada revista de bordo, “Se estamos ganhando todos os prêmios, por que mudar? Trabalhar 15 horas por dia nos deixa com pouquíssimo tempo para criar.” Em meio ao grande sucesso, eles investiram tempo para o que era mais importante para a equipe.

A igreja do primeiro século em Antioquia vivenciou um tempo de crescimento extraordinário quando “…muitos, crendo, se converteram ao Senhor” (Atos 11:21). Como consequência, Barnabé e Saulo ensinavam aos novos cristãos (vv.25-26). Mas com o trabalho árduo, eles investiram tempo para buscar o Senhor em oração e jejum (Atos 13:2-3). Por meio desta atitude Deus revelou Seu plano de levar o evangelho à Ásia.

Poucas pessoas podem parar por dois anos para pensar e planejar. Mas todos nós podemos arrumar tempo em nossa agenda para buscar ao Senhor com seriedade em oração. À medida que abrimos nossos corações e mentes para Deus, Ele será fiel em revelar os passos de vida e serviço que honram o Seu nome.

Sirva-se

Vi recentemente na televisão um anúncio de uma rede de restaurantes que fez um apelo dramático. O anúncio dizia que nesses restaurantes você poderia “servir-se até ficar feliz”. Não seria bom se uma porção de batatas, carne, massa ou sobremesa fosse tudo que é necessário para proporcionar felicidade? Infelizmente, nenhum restaurante pode cumprir essa promessa.

Felicidade é algo ilusório — como podemos ver em quase todas as áreas da vida. Nossa busca por felicidade pode envolver comida ou uma série de outras coisas, mas, no fim, a felicidade continua a escapar do nosso alcance.

Por quê? Em grande parte é porque as coisas que tendemos a buscar não tocam as necessidades mais profundas dos nossos corações. Nossas buscas podem proporcionar momentos de diversão, distração ou prazer, mas o grito dos nossos corações continua sem ser ouvido — o grito por ajuda e esperança. Por essa razão o salmista destaca um caminho melhor quando diz, “Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, cuja esperança está no Senhor, seu Deus” (Salmo 146:5).

Servir-se? Sim — Se estivermos procurando a felicidade encontrada no Senhor. Encontramos a felicidade que procuramos somente quando nos confiamos a Deus e ao Seu cuidado. Encontramos esperança e ajuda somente ao confiarmos nele.

Conviver bem

Amo estar com pessoas… a maior parte do tempo. Há uma alegria especial que ecoa em nossos corações quando estamos com as pessoas que apreciamos. Mas, infelizmente não estamos sempre com aqueles com os quais gostamos de estar. Às vezes as pessoas podem ser espinhosas, o que pode ser a razão de alguém ter dito: “Quanto mais conheço as pessoas, mais amo o meu cachorro!” Quando não encontramos prazer em um relacionamento, tendemos a culpar a outra pessoa; e assim nos justificar para nos afastar e estar com as pessoas que gostamos.

O apóstolo Paulo nos conclama a comprometermo-nos com os nossos irmãos em Cristo. Na verdade, ele nos conclama a pensar “a mesma coisa”, não ter em “…vista o que é propriamente seu, se não também cada qual o que é dos outros” e para ter “…o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Filipenses 2:2-5). Pense nisto. Jesus deixou Suas próprias prerrogativas e privilégios por nós; Ele escolheu viver como servo e pagou o supremo sacrifício que poderia nos trazer um relacionamento cheio de alegria com Ele (Hebreus 12:2). E Ele fez tudo isso a despeito de nossas chatices (Romanos 5:8).

Portanto, da próxima vez que você estiver próximo a alguém com quem é difícil conviver, peça a Jesus para ajudá-lo a encontrar uma maneira de compartilhar o Seu amor. Em tempo, você poderá se surpreender como Deus pode mudar sua atitude em relação às pessoas.

Nem mais, nem menos - 2 Timóteo 2:14-26

2 Timóteo 2:14-26

Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. —2 Timóteo 2:15

Recentemente, estava lendo sobre quão fácil é transmitir erroneamente a mensagem da Bíblia. Podemos tentar fazê-la apoiar aquilo que já cremos ser verdade, em vez de permitir que ela nos transmita a mensagem pretendida por Deus. Algumas pessoas usam a Bíblia para defender um lado de uma questão, enquanto outras a utilizam para atacar essa mesma questão. Todas elas citam as Escrituras para apoiar seus pontos de vista, mas é impossível todas estarem certas.

Ao citarmos a Palavra de Deus, é importante termos o compromisso de dizer nada mais e nada menos do que as Escrituras realmente dizem. Se usamos mal a Palavra, nós a deturpamos e, isso, em última análise, deturpa o caráter de Deus. Por essa razão, Paulo desafiou Timóteo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2:15). Uma prioridade-chave para os obreiros de Cristo aprovados que não têm de que se envergonhar, é interpretar com precisão (“manejar bem”) a Palavra de Deus. Ao estudarmos, podemos depender do Espírito, que a inspirou, para dar-nos entendimento e sabedoria.

Por meio de nossas palavras e ações, temos a oportunidade de representar a Palavra de Deus de maneiras que refletem genuinamente o desejo de Deus. Esse é um dos maiores privilégios da vida cristã.

Palavra de Deus — manuseie com cuidado.

domingo, 21 de setembro de 2014

Como ser curado da solidão

Um dos mistérios do coração humano é que todos, de vez em quando, temos a sensação de solidão absoluta.

Algumas das pessoas mais solitárias no mundo são as que estão constantemente cercadas pelas multidões, mas que, contudo, sentem que ninguém as conhece nem as entende de verdade. Talvez tenham abundância de bens materiais e tudo para atender às suas necessidades físicas, mas, mesmo assim, reclamam de serem sós. Buscam alguém para dividir seus interesses, que escute seus problemas e lhes mostre compaixão.

É possível conviver com alguém a vida inteira, inclusive amigos íntimos que nos amam, mas que nunca chegam a nos conhecer nem nos entender completamente. Podemos escalar as alturas do sucesso ou da realização, sem, no entanto, termos com quem compartilhar a emoção de havermos alcançado nossa meta. Nosso mais querido amigo desconhece nossa maior alegria e não consegue perceber a amarga dor que nos aflige. Algumas lágrimas sempre derramamos a sós. Ninguém pode penetrar nos recônditos da nossa mente ou do nosso coração.

“Ninguém realmente entende nem pode sentir tudo que sinto!” — volta e meia lamenta nossa alma. Vagamos num caminho solitário, seja qual for o nosso destino. Cada coração, misterioso até para si mesmo, tem de passar a vida inteira em isolamento.

Mas por quê? Por que essa tremenda necessidade de ter alguém que nos entenda? O que nos causa tamanho desejo de que os outros participem das nossas alegrias e triunfos, dores e derrotas?

Será que Deus, que nos fez alma vivente, errou nesse aspecto da Sua obra-prima, a humanidade? Será que nos formou com essa lacuna? Ele fez provisão para todos os outros tipos de necessidades da vida. Deu o alimento para o corpo; o conhecimento para atender às demandas da mente e o amor para as carências do coração. Será que Deus deixou a alma insatisfeita, e desatendido o desejo por compreensão profunda e companhia autêntica? Terá feito a solidão um problema insolúvel?

Há uma resposta a essas perguntas. A carência que sentimos e a sensação de estarmos incompletos se devem à necessidade que nossa alma tem de Deus. Ele sabia que quando nos faltasse o calor humano, buscaríamos o divino, e que as sensações de isolamento e de incompreensão nos conduziriam a Ele.

Deus nos fez para Si próprio, deseja nosso amor e colocou uma placa em uma das mesas do nosso coração que diz: “Reservada para Mim”. Quer ser o primeiro em todos os corações. Tem a chave secreta que abre todos os aposentos dos nossos espíritos e abençoa com compreensão e paz cada alma solitária que a Ele recorre.

O próprio Deus é a resposta e a satisfação. Aquele que nos fez é o único que pode preencher cada parte de nossas vidas. A Palavra de Deus diz que Ele satisfaz nossas almas sedentas.

Até que O deixemos preencher esse vazio, jamais nos sentiremos verdadeiramente satisfeitos nem completamente livres da solidão.

Deus quer atender a essas necessidades, mas como Ele e Seu amor são tão grandes que estão além da nossa compreensão, precisou criar Alguém que nos mostrasse Seu amor em termos que nos fossem compreensíveis na nossa dimensão cuja presença pudéssemos vivenciar, que fosse como Ele próprio, ou seja, Seu Filho.

Jesus conhece nossas ânsias e atenderá a todos os desejos do nosso coração. Ao entrar em nossa vida, torna-Se nossa satisfação, nosso companheiro completo, o amigo ideal e perfeito.

Não há razão para estarmos sós. Jesus disse: “Nunca os deixarei nem os abandonarei” e “estarei convosco todos os dias.”

Assim, quando sentir solidão, saiba que é a voz de Jesus dizendo: “Venha a Mim.” Toda vez que sentir que ninguém o entende, lembre-se de que é uma chamada para recorrer a Ele. Se, quando estiver sob uma grande carga, desfalecer e disser: “Sozinho não aguento”, estará falando a verdade. Cristo permitiu de propósito que o fardo ficasse pesado demais, justamente para você recorrer a Ele. A dor que ninguém entende traz uma mensagem secreta do Rei, rogando-lhe que vá para junto dEle.

A presença de Jesus satisfaz a alma solitária e os que andam com Ele nunca trilharão o caminho da solidão.

Provérbios 15:13-14 (NVI-PT) A alegria do coração transparece no rosto, mas o coração angustiado oprime o espírito. O coração que sabe discernir busca o conhecimento, mas a boca dos tolos alimenta-se de insensatez.

Salmos 62:5 (NVI-PT) Descanse somente em Deus, ó minha alma; dele vem a minha esperança.

João 14:18 (NVI-PT) Não os deixarei órfãos; voltarei para vocês.

Uma bola de futebol e um mar de sorrisos

Sou pai de uma família grande, voluntário em uma organização cristã e treino atletas parte do tempo. Durante os dois anos que passamos na Índia, sempre levava comigo equipamentos esportivos quando viajávamos.

Nossa estada naquele país foi marcada por desafios e experiências muito gratificantes. Nossos seis adolescentes prestavam serviços voluntários em várias instituições hospitalares, para aliviar o sofrimento de crianças em estado terminal e davam aulas para outras cujos pais morreram de AIDS. Estivemos em locais assolados por catástrofes naturais levando água, alimentos, roupas e outros mantimentos de socorro. Parecia que, em qualquer direção que olhávamos, encontrávamos alguém precisando de ânimo e assistência.

Num sábado, depois de uma semana especialmente atarefada, preparamos um piquenique, pegamos uma bola de futebol e fomos para um campo de críquete numa universidade próxima. A densa vegetação que cercava o campo nos lembrou da nossa região de origem, o Norte da Califórnia. O lugar e o dia estavam simplesmente perfeitos.

Pensei: Quanta beleza! Quanta paz! Que relaxante! Vai ser fantástico! Ninguém por perto, longe do trânsito, nenhuma emergência… só eu com a minha família! Estou no Céu!

Peguei a surrada bola de futebol e joguei para minha filha.

Mal começamos a chutar e um grupo de crianças pobres saiu do bosque. Elas já estavam lá, escondidas, observando cada movimento nosso. Mas ao verem a bola não conseguiram se conter e, em questão de segundos, estávamos cercados por mais de 50 crianças de 6 a 12 ou 13 anos, loucas para participar da diversão. Vestiam trapos, tinham os pés descalços, os cabelos bagunçados e sorrisos simplesmente encantadores. Todas esperavam algo daquela família de estrangeiros.

Tentei conversar com elas. Quando percebi que não falavam inglês, pedi um intérprete e um rapaz mais velho se ofereceu para a tarefa. Pegando meu apito, expliquei as regras. Todos ouviram respeitosamente, balançando a cabeça afirmativamente. Em seguida, escolhemos os times e o jogo começou.

Parecíamos abelhas indo de um lado para o outro do campo perseguindo e chutando aquela bola por horas. Times? Regras? Gols? Ninguém nem pensava nesses detalhes. A garotada só queria chutar a bola! Nunca ouvi tantos risos nem vi tanta alegria!

De vez em quando, alguém mandava a bola para longe daquele amontoado de crianças, lançando-a no campo aberto. Era a oportunidade de um garoto que estava por ali pegar a bola e correr com ela para longe do grupo, até que alguém o alcançasse e a trouxesse de volta. Por mais que eu apitasse e todo mundo gritasse, ele não devolvia a bola.

Eu não conseguia entender, então perguntei ao meu jovem intérprete por que o menino não parava quando eu apitava.

— Ele é surdo — foi a resposta.

Depois de muita correria, paramos a brincadeira e reunimos as crianças no meio do campo para nos despedirmos. Eu estava morto, mas imensamente satisfeito. Aquele mar de sorrisos e rostos felizes me inspirou sobremaneira.

Quando a maioria das crianças já havia voltado para suas casas, que mais pareciam choças, dois garotos (o mais velho empurrando o mais novo numa bicicleta) se aproximaram de mim, cada um com um sorriso radiante, que jamais esquecerei. O segundo exclamou:

— Obrigado, senhor, por um dia maravilhoso. Foi muito divertido!

— Não há de quê — respondi. Mas não me lembro de tê-lo visto jogar.

Foi só então que percebi por que ele estava sendo empurrado na bicicleta: era deficiente físico. Suas pernas eram retorcidas por causa de paralisia infantil. Meu olhar de surpresa e angústia encontrou outro sorriso radiante.

E, enquanto era empurrado de volta para casa, olhou para trás e gritou:

— Foi muito bom assistir a vocês brincando com meus irmãos e amigos. Obrigado, senhor! Muito obrigado!

Eu saíra para ter um dia tranquilo com a minha família, mas aprendi uma lição de vida. Quando achei que havia chegado ao limite e que era hora de cuidar de mim e dos meus interesses, Deus colocou no meu caminho pessoas que precisavam do Seu amor. A renovação que eu buscava, encontrei, mas não da forma que havia imaginado. A alegria de me doar acabou com a fadiga e com o estresse.

Mateus 10:42 (NVI-PT) E se alguém der mesmo que seja apenas um copo de água fria a um destes pequeninos, porque ele é meu discípulo, eu lhes asseguro que não perderá a sua recompensa”.

2 Coríntios 8:12 (NVI-PT) Porque, se há prontidão, a contribuição é aceitável de acordo com aquilo que alguém tem, e não de acordo com o que não tem.

Lucas 6:30 (NVI-PT) Dê a todo aquele que lhe pedir, e se alguém tirar o que pertence a você, não lhe exija que o devolva.